Por Dino – Exame.com

28 set 2017, 12h33

SÃO PAULO – No final de abril deste ano, o Instituto Trata Brasil divulgou um estudo que estimou o retorno financeiro, para o País, da universalização do saneamento em todo território nacional. Descontados os investimentos necessários para viabilizar o acesso aos serviços de água e recolhimento de esgoto até 2035, o levantamento apontou que a medida geraria R$ 537 bilhões em 20 anos.

Agora foi a vez do mesmo instituto divulgar levantamento parecido focado no estado de São Paulo – e os resultados impressionam. Segundo números recém revelados, em 20 anos, a universalização do saneamento no Estado mais rico da federação renderia benefícios econômicos e sociais da ordem de R$ 64,9 bilhões, com os setores de saúde, educação, turismo, trabalho e imobiliário entre os maiores beneficiados.

Os custos totais para se chegar à universalização em São Paulo em 20 anos são de R$ 52,9 bilhões, enquanto os benefícios batem os R$ 117,8 bilhões – o que resulta em uma diferença de R$ 64,9 bilhões. Isso significa que, para cada R$ 1 mil investidos na expansão da rede de distribuição de água e recolhimento de esgoto, R$ 2,4 mil voltam em benefícios para a população.

O saneamento deve atrair até R$ 35 bilhões em aportes privados, diz estudo. São Paulo já tem índices relativamente bons de cobertura de serviço de água e recolhimento de esgoto quando comparado a outros Estados brasileiros. Segundo dados de 2015, 95,6% da população do Estado tem água tratada e 88,4% tem coleta de esgoto, contra média nacional de 83,3% para água tratada e 50,3% para recolhimento de esgoto. Ou seja, a expansão na cobertura, mesmo em Estados já bem atendidos, traz ganhos expressivos.