PAINEL – Folha de São Paulo

Corte seco  – Michel Temer vai dar início à reforma ministerial já na próxima semana. Fez questão de iniciar as negociações com a base aliada recebendo o cacique do maior partido do centrão, Ciro Nogueira (PI), do PP. Nesta terça (14), o papo será com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O peemedebista deu sinais de que busca uma mudança mais ampla e avisou a aliados que não nomeará gente que vai disputar a eleição em 2018. Não quer se ver obrigado a fazer novas trocas em abril.

Ser ou não ser – O presidente quer substituir de uma vez todos os ministros que serão candidatos em 2018, mas ainda não bateu martelo. Receia fragilizar politicamente auxiliares que vão disputar cargos no ano que vem, mas não têm mandato eletivo, como Gilberto Kassab (PSD) e Marcos Pereira (PRB).

Ironia do destino – Bruno Araújo (PSDB-PE) deu de cara com Ciro Nogueira (PP-PI) no gabinete de Temer quando foi entregar seu pedido de exoneração do Ministério das Cidades. Ciro preside o PP, a sigla que mais pressionou o presidente a desalojar os ministros tucanos.

Requintes –  O presidente do PP estava na ala reservada do gabinete presidencial. Araújo, por sua vez, foi acomodado na sala principal. O Ministério das Cidades sempre foi alvo da cobiça do centrão.

Fatos…  – Aliados de Bruno Araújo dizem que ele deixou o ministério em decisão acertada com seu grupo político para coordenar a campanha de Marconi Perillo (GO) à presidência do PSDB.

…e versões Na verdade, o agora ex-ministro consultou seus colegas da Esplanada e percebeu que, se quisesse sair apenas para não ser saído, teria que fazê-lo sozinho. Ele fez e foi criticado por deixar os tucanos remanescentes em situação constrangedora.