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Da Redação | 14/03/2018, 17h19

Representantes de entidades que vão participar do Fórum Alternativo Mundial da Água debateram nesta quarta-feira (14) as visões e os objetivos do evento que busca se contrapor ao Fórum Mundial da Água. Ambos os fóruns serão realizados em Brasília na próxima semana. O debate foi promovido pela subcomissão temporária criada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para acompanhar e participar do encontro oficial.

O 8º Fórum Mundial da Água (FMA 2018), organizado pelo Conselho Mundial da Água, será realizado em Brasília de 18 a 23 de março, já o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama 2018) ocorre de 17 a 22 de março, também na capital federal.

Os debatedores chamaram o Fórum Mundial da Água de “fórum das corporações” e afirmaram que, diferentemente do evento oficial, as mais de cinco mil pessoas que participarão do fórum alternativo acreditam que a água é um direito humano, não uma mercadoria. Para ele, grandes corporações como Coca Cola e Nestlé querem controlar o acesso e comercializar a água em todo o mundo, pois não entendem que a água pertence a todos os seres humanos.

– Acreditamos que a água não é uma mercadoria. A água é um direito humano, pois é essencial à vida – disse o coordenador nacional do Movimento Atingidos por Barragens (MAB), Iury Paulino.

Ele informou que o Fama terá a participação de mais de cem pessoas de diversos outros países e um grande acampamento com capacidade de abrigar cinco mil participantes durante o evento. Paulino disse ainda que haverá dezenas de atividades na Universidade de Brasília (UnB) ligadas ao fórum alternativo.

A representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) Francinete Pereira Cruz afirmou que, para as comunidades tradicionais, a água é tão importante quanto seus territórios, suas terras.

Já o representante da ONG Cáritas Brasileira João Paulo Couto informou que no dia 22 de março, o Fama será encerrado com uma grande passeata e manifestação pelas ruas centrais de Brasília. Ele convocou a população a participar e dizer “não à privatização da água”.

O assessor da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) Edson Aparecido da Silva defendeu o acesso universal à água potável e ao saneamento básico. Para ele, o Fórum Alternativo Mundial da Água será um “espaço de contraposição ao fórum das corporações”. Segundo ele, participarão do evento alternativo mais de 30 organizações e movimentos da cidade, do campo, de igrejas, de mulheres, de pescadores, de quilombolas, de atingidos por barragens, sindicatos e muitos outros.

Por sua vez, a secretária de Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Rosemari Barbosa Malheiros, disse que a agricultura familiar defende e luta pela água há muito tempo.

– Somos os verdadeiros guardiões das nascentes dos rios – disse.

O presidente da CRE é o senador Fernando Collor (PTC-AL) e o vice-presidente é o senador Jorge Viana (PT-AC), que preside a Subcomissão Temporária do Fórum Mundial da Água.

Também participaram dos debates os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Regina Sousa (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Roberto Muniz (PP-BA) e Ana Amélia (PP-RS).