16 Março 2017 | 04h12

São Paulo–( DINO – 21 fev, 2017) – Discutir sobre a tarifa de água é falar sobre os investimentos em saneamento. Afinal, é ela que define o quanto pode e será investido para o melhoramento e ampliação para a universalização dos sistemas de água e esgoto.A grande questão é saber como essa conta se fecha para que os investimentos sejam feitos. Por isso, especialistas em saneamento e gestão da água concordam, em vídeo realizado a partir de debate promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que a maior transparência no debate é fundamental para o avanço do saneamento no País.

Veja o vídeo 

“A conta no Brasil é feita meio que ao contrário. Quanto menos eficiente for o operador, menos sobra para investir. Nos países desenvolvidos, a conta é feita de frente para trás, ou seja, do custo do investimento, do custo do serviço, de quanto é que tem que ser pago”, afirma o fundador da Odebrecht Ambiental Fernando Santos-Reis.

Veja também o vídeo: Por que é importante discutir a tarifa de água

O ponto levantado por Santos Reis explica em parte a grande distância que existe entre planejamento e investimento. Apenas 23%, em média, do valor arrecadado é investido. “As 100 maiores cidades brasileiras captaram da sociedade, nos últimos 5 anos, 123 bilhões de reais e o valor investido no serviço ? ou seja, na universalização, implantação de rede sem contar o custo de operação ? foi em torno de 23% do valor arrecadado”, afirma João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS.

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A ativista Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, vai mais fundo na questão. “Acho que a discussão da tarifa deveria começar por quanta água a gente precisa, quanto custa e se é possível, em uma região como a metropolitana de São Paulo, a gente começar a ter diferentes qualidades de água para diferentes usos? Ou a gente vai continuar a ter água potável para lavar chão de fábrica?”, questiona.Participaram do vídeo Fernando Santos-Reis, fundador da Odebrecht Ambiental, uma das primeiras empresas brasileiras privadas de saneamento básico; José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor-presidente da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp); Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, criada durante a crise hídrica e João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS.– O que é o Juntos Pela Água — O Juntos pela Água criado durante a crise hídrica de 2015 e hoje, passado o período mais crítico da crise, ampliamos a pauta e passamos a discutir a preservação dos recursos hídricos e também o futuro das cidades, do consumo, da política, dos negócios, da saúde e de outros tantos temas importantes.O movimento Juntos Pela Água é apoiado pela Odebrecht Ambiental , que presta serviços privados de água e esgoto a cerca 17 milhões de brasileiros em quase 200 municípios do Brasil.