Por Laís Lis, G1, Brasília

06/12/2017 16h04

Segundo Benjamin Zymler, tribunal ainda avalia legalidade da operação; Caixa quer usar recursos para manter volume de empréstimos. G1 busca contato com o Ministério do Trabalho e com a Caixa.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler informou nesta quarta-feira (6) que o Ministério do Trabalho e a Caixa Econômica aguardarão o aval da Corte para concretizar o empréstimo de R$ 10 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o banco público.

Segundo Zymler, o tribunal ainda avaliará a legalidade da operação. O ministro afirma que o empréstimo “envolveria elevados riscos para o FGTS”.

A Caixa confirma que processo ficará parado até que receba aval do TCU. A Caixa conta com esses recursos para manter o volume de empréstimos concedidos e atender às regras prudenciais do sistema financeiro.

O Ministério do Trabalho informou que o ministro Ronaldo Nogueira, como presidente do conselho curador do FGTS, decidiu retirar a operação da pauta da próxima reunião do conselho. “Dessa forma, o conselho irá aguardar o posicionamento do TCU para dar andamento (ou não) à referida operação”.

Vinculado ao Ministério do Trabalho, o FGTS é uma espécie de poupança do trabalhador.

Todo mês os empregadores depositam o equivalente a 8% do salário do funcionário, que pode sacar o dinheiro quando for demitido sem justa causa, se aposentar, contrair doença grave ou comprar um imóvel.

‘Bônus perpétuos’

Para Benjamin Zymler, a operação, se concretizada, se dará por meio da compra, pelo FGTS, de títulos perpétuos da Caixa, fazendo assim com que o capital do banco aumente.

“Com essa operação, o FGTS adquiriria cerca de R$ 10 bilhões em bônus perpétuos a serem emitidos pela Caixa, com o objetivo precípuo de aumentar seu capital complementar e, consequentemente, seu Nível I do Patrimônio de Referência”, afirmou Zymler.