Expectativa de inflação para este ano passou de 4,30% para 4,40%. Previsão de alta do PIB de 2018 caiu de 1,35% para 1,34%. Pesquisa foi divulgada pelo BC nesta segunda (8).

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

08/10/2018 08h29

Os analiastas das instituições financeiras elevaram a estimativa de inflação para esse ano e também passaram a prever um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB).

As expectativas constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o mercado financeiro elevou a estimativa de 4,30% para 4,40% para este ano. Foi a quarta alta seguida do indicador.

O aumento aconteceu após a divulgação do IPCA de setembro, que somou 0,48% e foi o maior para esse mês desde 2015. A alta da inflação no mês passado foi puxada pelos preços de transportes e combustíveis.

Mesmo assim, a expectativa do mercado segue abaixo da meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema. A meta terá sido cumprida se o IPCA ficar entre 3% e 6% em 2018.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2019, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua expectativa de inflação em 4,20%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerência do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do PIB deste ano, a previsão do mercado financeiro recuou de 1,35% para 1,34% na semana passada.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para o ano que vem, a expectativa do mercado para expansão da economia continuou em 2,50%. Os economistas dos bancos também não alteraram a previsão de expansão da economia para 2020 e para 2021 – que continuou em 2,5% para esses anos.

No fim do mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro cresceu 0,2% no 2º trimestre de 2018, na comparação com os três meses anteriores.

O resultado foi sustentado pelo setor de serviços e pressionado por forte queda da indústria e dos investimentos, reforçando a leitura de perda de ritmo e recuperação ainda mais lenta da economia brasileira.

Outras estimativas

Taxa de juros – O mercado manteve estável em 6,50% ao ano a estimativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, ao final de 2018 – atual patamar e piso histórico. Para o fim de 2019, a expectativa do mercado financeiro para a Selic continuou em 8% ao ano. Deste modo, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.

Dólar – A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.

Balança comercial – Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2018 subiu US$ 54,6 bilhões para US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit avançou de US$ 45,6 bilhões para US$ 46,3 bilhões.

Investimento estrangeiro – A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, cresceu de US$ 67 bilhões para US$ 67,5 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas subiu de US$ 75,65 bilhões para US$ 76 bilhões.