Após apresentar melhor resultado nas contas para janeiro, Tesouro volta a acumular mais despesas do que receitas

Maria Regina Silva e Thaís Barcellos, O Estado de S.Paulo

27 Março 2018 | 14h57

As contas do Governo Central, que abrangem Banco Central, Previdência Social e Tesouro Nacional, terminaram fevereiro com saldo negativo. Após o superávit de R$ 31,069 bilhões em janeiro, o Governo Central ficou com déficit primário de R$ 19,293 bilhões.

O resultado ficou dentro do projetado pelo mercado. Segundo a pesquisa do Projeções Broadcast, especialistas esperavam um déficit primário entre R$ 31 bilhões e R$ 8,53 bilhões. O resultado deste ano é positivo em relação ao apurado em fevereiro de 2017,  quando houve déficit de R$ 26,263 bilhões.

Analistas afirmam que o resultado é explicado pela sazonalidade desfavorável em fevereiro, mês que não concentra uma série de receitas de tributos como acontece em janeiro.

Em fevereiro, a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 105,122 bilhões, alta real de 10,67% na comparação com igual mês de 2017. Porém, em relação a janeiro, houve queda de 32,66%.

Mesmo com o déficit mensal, os economistas ressaltam que o dado acumulado em 12 meses deve continuar diminuindo, indicando que as contas públicas seguem se ajustando.

No acumulado de 12 meses finalizados em fevereiro de 2017, o saldo negativo acumulado era de R$ 153,3 bilhões, o equivalente a 2,40% do PIB. Já nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, o déficit ficou em R$ 106,2 bilhões, ou 1,61% do PIB. Para este ano, a meta fiscal é de saldo negativo de R$ 159 bilhões.