Por Carla Araújo, Valor Econômico

BRASÍLIA – Às vésperas de iniciar o processo de transição para o próximo governo, o presidente Michel Temer delegou que o ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun, tente coordenar um pacote de obras para serem concluídas até o fim do ano, dentro do que o governo denominou “chave de ouro”. “Um governo que tem pouco mais de dois anos não pode se dar ao luxo de parar antes do tempo e só vai parar dia 31 de dezembro”, afirmou o mandatário.

Apesar do empenho de Temer e Marun, auxiliares no Palácio do Planalto reconhecem que será difícil tirar do papel as obras que estão dentro do novo programa e que a partir da semana que vem o processo de transição para o novo presidente – Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad – deve tomar boa parte da agenda do governo. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, conforme determina a lei, será o responsável pela transição e já trabalha, inclusive, para organizar todos os dados necessários para ser entregue ao novo presidente.

Apesar das dificuldades, Marun disse nesta quarta-feira (24), em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que acredita que será possível ter até 20 inaugurações até o fim do ano. Algumas das chamadas obras são apenas assinaturas de ordens de serviço, como mais uma ponte entre Brasil e Paraguai.

“Apresentamos hoje o desafio chave de ouro, que não é um programa de inaugurações e, sim, um conjunto de 20 ações, obras e iniciativas que teremos um esforço extra, um ‘plus’, para poder disponibilizar para a sociedade”, disse Marun.

Em relação à promessa de incluir a segunda ponte do Rio Guaíba entre esses projetos, Marun reconheceu que “não depende só do governo” e que o projeto é complexo. “É a obra que mais preocupa pela questão do reassentamento de famílias”, ponderou.
Marun disse que não participará diretamente do processo de transição e que vai tentar se dedicar ainda ao “desafio” de conseguir o avanço de duas Medidas provisórias no Congresso, a do Rota 2030, que pode ser votada hoje, e a MP do Saneamento, que ainda precisa instalar comissão. “Temos que fazer andar nas próximas duas semanas, essas duas MPs.”