Governo do Amapá entrega kits de tratamento de água a moradores do Bailique

A comunidade ribeirinha de Franco Grande (AP) foi a primeira do Arquipélago do Bailique a receber as unidades de kits de tratamento domiciliar, produzidos pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa). A entrega ocorreu na última semana durante a ação promovida pelo Governo do Estado na região.

Foram entregues 50 kits aos moradores da localidade, que não possui cobertura de água da companhia. De acordo com o diretor-presidente da Caesa, Valdinei Amanajás, esta ação faz parte do programa social que o governo, através da Caesa realizará na região, com objetivo de dar assistência aos moradores afetados pelo fenômeno das terras caídas.

“Franco Grande foi a primeira. Mas, a Caesa vai entregar mais 500 kits de tratamento, em aproximadamente 30 dias, que serão distribuídos para grande parte das comunidades ribeirinhas, para que eles possam produzir sua própria água potável”, frisou Amanajás.

A moradora Maria Oliveira foi contemplada com um kit e destacou a importância da ação para a melhora da qualidade de vida da população. Cada kit é composto por um balde de 50 litros, uma quantidade de cal, sulfato e hipoclorito e um informativo de como fazer o tratamento.

“A água que usamos para cozinhar e fazer as coisas em casa é toda do rio. Não tenho como comprar os produtos químicos e um kit como esse vai ajudar a gente a tomar uma água mais limpa e com saúde”, declarou dona Maria.

O processo de tratamento da água, para torná-la potável, dura cerca de duas horas. Os produtos químicos têm a seguinte função: o hipoclorito desinfeta o líquido, a cal corrige a acidez e o sulfato faz o clareamento.

O kit de tratamento domiciliar é um projeto piloto da Caesa, promovido pelo núcleo social da companhia, que desde 2004 beneficia comunidades ribeirinhas e de difícil acesso em todo o Estado. Já foram visitadas comunidades como Croa da Pedreira, Carapanatuba, entre outras.

Investimentos

A companhia também anunciou um conjunto de medidas para recuperar os sistemas de abastecimento de água no arquipélago. Atualmente, as quatro maiores comunidades da região (Vila Progresso, Vila Macedônia, Itamatatuba e Carneiro) possuem esta estrutura.

O diretor-presidente da Caesa informou que o sistema da Vila Progresso será o primeiro a ser recuperado. Será feita a substituição do filtro e do floco decantador da estrutura. Isso permitirá o aumento da produção, de 30 para 100 metros cúbicos de água. Essa ação ocorrerá nos próximos 45 dias.

Segundo o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), a comunidade é uma das mais atingidas pelo fenômeno. A média da erosão é de 10,2 metros, destruindo 75 residências e afetando 65 famílias.
“A Caesa também realizou projetos para a melhoria dos sistemas da Vila Macedônia, Itamatatuba e Carneiro. A ideia é construir estruturas em balsas para que não sejam comprometidas. Este processo para estas ações está na fase de alocação de recursos”, frisou Amanajás.

Aos moradores que tiveram as casas atingidas e que têm o fornecimento de água deficitário, a Caesa fará o estudo de isenção das faturas. Essa anistia será concedida após estudo feito pelo Conselho Administrativo da companhia.

Ação

Desde 2015, o governo do Estado instituiu um grupo de trabalho permanente, comandado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), formado por diversas instituições estaduais para realizarem os estudos e também prestar assistência às vítimas da erosão causada pelo fenômeno das terras caídas. O avanço deste fenômeno está sendo monitorado pela equipe técnica do Iepa.

Também há a participação efetiva da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf), Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec), Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (Imap).

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