Governo de Sergipe assina documento que cancela estudos para a privatização da Deso

Está descartada a possibilidade de privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). O anúncio foi feito oficialmente na manhã de ontem, 26, durante solenidade no auditório central da empresa, através da assinatura de documento pelo governador Jackson Barreto, com o fim do contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que fazia estudo para a privatização da Deso.

Para o diretor-presidente da Deso, Carlos Melo, o anúncio representa um momento histórico para todos que fazem a empresa. “Hoje é um dia importante para os servidores, trabalhadores e todos que fazem a Deso. Durante os últimos anos houve uma pressão muito grande, do governo Federal e alguns órgãos de controle, para que se privatizasse as Companhias de Saneamento, dentre as quais, a Deso estaria inserida. Hoje o governador do Estado vem até a empresa e assina um documento rescindindo esse contrato com o BNDES, que fazia estudos para a privatização da Deso. Um empresa, independente de pública ou privada, precisa estar prestando serviço de qualidade para a sociedade. Investimentos foram feitos, e hoje o acesso a água já está em 95% da população, ou seja, quase toda população sergipana tem acesso a água potável. Avançamos muito, mais que dobramos a capacidade de cobertura de coleta e de esgotamento sanitário. Isso fez com que a Deso crescesse perante a sociedade e fosse reconhecida como um serviço prestado, com investimentos em mais de R$ 1 bilhão, que foram feitos nos últimos anos para que conseguíssemos essa estrutura e dar condições para que todo corpo técnico prestasse um bom serviço. Acredito que isso fez com que a empresa se solidificasse e nesse momento pudesse estar sendo descartada a possibilidade de privatização. Acredito que isso deve ser mantido pelos próximos governos e anos, uma vez que a empresa vem prestando serviço de qualidade para todo povo sergipano”, disse.

Para o governador Jackson Barreto, acompanhado pelo vice-governador Belivaldo Chagas, o seu governo enfrentou muita pressão diante da privatização. “Muitas vezes, fui ao BNDES tratar a respeito dos recursos de obras de outros projetos e os gestores do Banco me questionaram sobre a questão da Deso. Mas não vou deixar a marca de que privatizei a Deso, acabando com a minha história, que sempre foi de luta popular. Cheguei a uma agência do interior, uma senhora me questionou se iria privatizar a Deso e argumentou que a água é um bem de Deus, que não poderia privatizar esse bem. Isso me fez refletir sobre a sabedoria do nosso povo. Agora, chegou a hora de tomar uma posição definitiva e estou feliz de ouvir o quanto temos avançado no estado com o trabalho que a empresa realiza. É uma empresa que tem a tarefa imensa de levar água para a população sergipana. Vamos trabalhar para, a cada dia, melhorar a prestação desse serviço e sei que esse anúncio é uma motivação para os trabalhadores continuarem a fazer o seu melhor”, afirmou.

AUDITÓRIO REPLETO

Com o auditório repleto de diretores, gestores, superintendentes, empregados, funcionários e colaboradores da Deso, além do deputado federal João Daniel, os deputados estaduais Francisco Gualberto e Zezinho Guimarães, os secretários de Estado da Comunicação, Sales Neto, e da Infraestrutura, Valmor Barbosa, a superintendente executiva da Casa Civil, Conceição Vieira e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos de Sergipe – Sindisan, Silvio Sá,o momento foi marcante para todos que estiveram presentes. Assim como o próprio governador do estado frisou. “É um momento histórico. Fico com a consciência tranquila porque estou fazendo o que sempre fiz na minha história, defender o meu estado, o meu país e esses trabalhadores, até porque foi nosso governo que fez um concurso que levou a contratação de quase 700 novos trabalhadores. Tomei uma posição para manter o patrimônio do estado, dos trabalhadores e da gente sergipana. Com esse ofício, suspendo o contrato e acabo com essa história de estudos e privatização da Deso”, defendeu Jackson Barreto.

De acordo com Carlos Melo, o anúncio representa um alívio para os funcionários. “Somos todos muito gratos. Contratamos 672 concursados nos últimos três anos. Nenhum governador contratou tantos como Jackson Barreto, ainda mais em um momento de crise e de pressão para privatização. Assinar esse documento, rescindindo esse contrato, beneficiando diretamente 1.711 funcionários e tantos prestadores de serviço é um grande alívio para todos nós”, finalizou o diretor-presidente.

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