Por Alexandro Martello, G1, Brasília

08/11/2017 17h23 

Segundo a Caixa Econômica Federal, as empresas interessadas nos projetos não apresentaram a documentação exigida. Banco não informou quais são os projetos excluídos.

Os gestores do comitê do fundo de investimentos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) se reuniram nesta quarta-feira (8), em Brasília, e decidiram excluir da lista de possíveis investimentos projetos que somariam R$ 18 bilhões em aportes.

O FI-FGTS usa parte dos recursos do FGTS (mas não das contas vinculadas dos trabalhadores) para investir em construção, reforma, ampliação ou implantação de empreendimentos de infraestrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, aeroportos, energia e saneamento.

Segundo informou a Caixa Econômica Federal, o comitê de Investimento do FI-FGTS analisou as propostas apresentadas antes da mudança do processo de seleção de projetos, que passou a ser feito por meio de chamada pública implementada.

“O fundo deu um prazo de nove meses para que as empresas, a maioria dos setores de transportes e energia, entregassem a documentação exigida para dar andamento à avaliação, o que não foi cumprido, resultando na exclusão das propostas da lista de análises do Comitê”, informou a Caixa Econômica Federal.

O G1 pediu a lista de projetos excluídos mas, até a última atualização desta reportagem, ainda aguardava o envio pela Caixa.

Resultados

No ano passado, o FI-FGTS teve lucro recorde de R$ 2,63 bilhões. O dinheiro aplicado no FI aumentou 8,3% no ano, o maior rendimento desde sua criação, em 2007.

No ano anterior, em 2015, havia registrado um prejuízo de R$ 900 milhões, o que representou um retorno negativo de 3%. Este foi o pior resultado da história.

O retorno negativo do FI-FGTS em 2015 está relacionado a perdas de R$ 1,5 bilhão com a Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para exploração de petróleo em águas profundas e que está em recuperação judicial. O projeto acabou sendo afetado pela recessão na economia brasileira e também pela queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Além disso, no início de julho, o FI-FGTS foi alvo da Operação Sépsis, deflagrada pela Polícia Federal, que tem como alvo um suposto esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do FI-FGTS. A operação teve como base delações do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e do ex-diretor da empresa Hypermarcas Nelson Mello.

Em 2013 e 2014, respectivamente, houve um retorno positivo foi de 8,22% e de 7,05%.

Segundo o governo, o FI-FGTS tem por objetivo proporcionar a valorização das cotas por meio da aplicação de seus recursos na construção, reforma, ampliação ou implantação de empreendimentos de infra-estrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia e saneamento.