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Da Redação | 03/10/2018, 19h08

Há 30 anos, na noite do dia 5 de outubro de 1988, a Constituição brasileira foi promulgada e entrou em vigor. Para o economista e deputado constituinte Delfim Netto, a Constituição é um caso quase milagroso, em que o caos produziu a ordem. Ele defende uma redução no texto em que os direitos e os princípios sejam mantidos e questões econômicas como o sistema tributário sejam retirados, para reduzir a burocracia e permitir uma administração mais flexível.

Delfim acredita que, para diminuir o gasto público como determina a emenda 95, é preciso definir prioridades.

— Os três poderes são independentes e harmônicos, mas a caixa é única — afirma em entrevista ao programa Constituição 30 anos, da TV Senado.

Na opinião dele, o papel do Estado é garantir a igualdade de oportunidades nos primeiros anos de vida, com investimentos em saúde, educação e saneamento básico para todos.

— Nada disso é grátis. É universal e pago por todos, porque a justiça não se faz na chegada. Cada um chega aonde puder, mas todo mundo tem que partir do mesmo ponto — argumenta.

Delfim Netto também faz críticas ao sistema político:

— Nós estamos vivendo num instante que mostra os inconvenientes desse presidencialismo de coalizão.

Ele diz que já manifesta essa preocupação desde a Assembleia Nacional Constituinte e defende o parlamentarismo como solução, embora tenha sido ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento dos governos militares.

— Por isso mesmo é que eu posso fazer a defesa, porque eu aprendo. O parlamentarismo permite solução não sangrenta. Cai um governo, se constitui outro e acabou. A vida continua — explica.