Empresa terá de postergar dois leilões previstos para maio e junho.

Por Reuters

18/04/2018 18h19 

 A Eletrobras precisará postergar dois leilões previstos para maio e junho, no qual venderia suas seis distribuidoras de energia e fatias em ativos de geração e transmissão, para atender exigências do Tribunal de Contas da União (TCU), disse nesta quarta-feira (18) o presidente da estatal, Wilson Ferreira.

A nova mudança na data das licitações, que eram previstas inicialmente para acontecer ainda em 2017 e passaram por sucessivos adiamentos, aumenta dúvidas quanto ao sucesso dos processos, disseram analistas do Itaú BBA em nota a clientes divulgada pouco após a notícia.

O edital do leilão das distribuidoras aguarda posicionamento do TCU, e a venda das fatias minoritárias da companhia em usinas eólicas e linhas de transmisssão acabará impactada também para que haja um intervalo de cerca de um mês entre os certames, disse o executivo a jornalistas antes de reunião com investidores no Rio de Janeiro.

“O ideal era ter o conforto da decisão do TCU para evitar ações (judiciais)… Vamos esperar a manifestação do TCU e incorporar ao edital”, disse ele, que agora prevê o leilão das distribuidoras para meados de junho e o dos demais ativos para julho.

Para os analistas do Itaú BBA, o sucesso na venda das distribudioras é “um dos mais importantes passos” para viabilizar uma privatização da Eletrobras que o governo tem prometido realizar neste ano — um movimento que seria viabilizado por meio de uma capitalização da empresa com a emissão de novas ações.

“A nova mudança na data do leilão reitera nosso ceticismo com o processo. Nós acreditamos que há uma demanda fraca pela maior parte dos ativos”, escreveram.