ABES

18/06/2018

O XIV Sibesa – Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental está sendo realizado no Bourbon Convention e Spa Resort Cataratas. O evento tem como tema central “Saneamento Sustentável, Desafios dos Nossos Tempos” e discute, até quarta-feira, dia 20 de junho, entre outros assuntos, o Marco Legal do Saneamento, a Política Nacional dos Recursos Hídricos, Eficiência Energética, Áreas de Fronteira e de Deslocamento Populacional e Estudos de Caso Sobre Epidemias e Endemias em Regiões Fronteiriças.

O debate “Marco Legal do Saneamento: mais eficiência e qualidade de vida para a sociedade” abriu o primeiro dia de discussões do  XIV Sibesa – Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (veja a programação aqui) . Com o tema “Saneamento Sustentável, Desafios dos Nossos Tempos”, o simpósio está sendo promovido no Bourbon Convention e Spa Resort Cataratas, em Foz do Iguaçu, Paraná, até quarta-feira, dia 20 de junho, pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, em parceria com a ANDIS – Associazione Nazionale di Ingegneria Sanitaria Ambientale, da Itália.

O painel sobre o Marco Legal do Saneamento teve coordenação do presidente nacional da ABES, Roberval Tavares de Souza, e contou com participações de Karla Bertocco Trindade, presidente da Sabesp, Mounir Chaowiche, ex-presidente da Sanepar, e Rogério Tavares, diretor da AEGEA.

Desde novembro de 2017, o setor aguarda definição do governo federal sobre a proposta de revisão do Marco Legal do Saneamento, anunciada pelo Ministério das Cidades. A posição da ABES é de que a proposta de revisão por Medida Provisória pode desestruturar totalmente o setor no Brasil (saiba mais aqui).

Neste painel, Karla Bertocco abordou o ganho de escala como lógica de eficiência; Mounir Chaowiche falou sobre o impacto do marco no desenvolvimento social e na saúde pública;  e Rogério Tavares discorreu sobre a busca pela universalização dos serviços. Também foi discutido o papel da Agência Nacional de Águas, apontada com a possibilidade de vir a ser agência reguladora, de acordo com a proposta de revisão do marco pelo governo federal, a questão público/privado e como unir os dois setores para universalizar o saneamento no Brasil.

“É fundamental discutir o saneamento agora em um ano em que as eleições se avizinham. Temos que destacar o papel da ABES de coordenar e conduzir um discurso de como melhorar. Ainda estamos distantes da universalização – vendo outros setores que já atingiram, como a telecomunicações e energia. É importante nos reunirmos e a ABES pode liderar esse processo, para que possamos ter as propostas a serem apresentadas para os candidatos e que sejam de fato implementadas em 2019”, ressalta Karla Bertocco.

Rogério Tavares também comentou sobre a importância do tema. “É fundamental, principalmente em um momento como este que temos um processo eleitoral no país. Temos que aproveitar este instante para lembrar da importância do saneamento, dessa revisão do marco legal para conseguir fazer com que o setor caminhe mais rapidamente rumo à universalização. Esta é a grande questão hoje, a revisão de marco legal é essencial para que consigamos dar celeridade ao processo, a toda a questão do investimento, a toda questão da universalização do atendimento da população. Não podemos deixar que o país continue no 123º lugar em saneamento no mundo. Temos que fazer isso mudar o mais rapidamente que pudermos, ou seja, 2033, 2035 qualquer coisa que não seja tão distante de hoje. E esta discussão que a ABES está promovendo é importante por conta disso.”

Para Mounir Chaowiche, a regulação vai trazer o conforto e a segurança para que as empresas possam investir a curto, médio e longo prazo. “Ela traz uma estabilidade e a definição de uma tarifa adequada. Hoje nós vemos situações pelo Brasil afora, onde não se tem o desenvolvimento do saneamento, justamente por não ter uma condição adequada de tarifa e para uma questão de custos e investimentos necessários. Nós defendemos sim uma regulação mais clara, mais firme, que seja apolítica e de fato mais técnica. Este é o momento para debatermos e construirmos dentro do novo Marco Regulatório uma forma mais adequada.”

Na questão público/privado, o presidente nacional da ABES, Roberval Tavares de Souza, frisou que a entidade defende que a união dos esforços é que fará a diferença para o saneamento. “Sendo pública ou privada, o importante é que a empresa seja eficiente, e que possamos levar o saneamento para todo o país”.

Durante o painel, Roberval também mencionou o Ranking ABES da Universalização do Saneamento, lançado em 13 de junho pela ABES, que analisou  1894 municípios do Brasil, 88% deles de baixo e médio porte.

Neste primeiro dia ainda estão programados os painéis “Saneamento, saúde e proteção ambiental como direito fundamental”, coordenado por Selma Aparecida Cubas, diretora da ABES-Paraná,  Aloísio Krohling – Professor da Pós Graduação no Mestrado e Doutorado da Faculdade de Direito de Vitória do Espírito Santo -FDV, Arlindo Philippi Junior – Escola de Saúde Pública – USP, e Alceu Bisetto Júnior – Secretaria de Estado da Saúde do Paraná;  “Integração da gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, com coordenação de Lia Márcia Marin, coordenadora na Faculdade Educacional da Lapa – FAEL, e participações de  Sergio Cotrim – Gerente de Drenagem e Resíduos Sólidos – Secretaria Nacional de Saneamento,  Semida Silveira, do KTH Royal Institute of Technology – School of Industrial Engineering and Management, e Geraldo Antônio Reichert, professor da Universidade Caxias do Sul – UCS; “Sustentabilidade no Processo de Tratamento de Esgoto”, com Charles Carneiro – Gerente de Resíduos Sólidos  da Sanepar e Professor ISAE/FGV e participações de Carlos Augusto Chernicharo – Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Marcelo Kenji Miki – Sabesp – Gerente do Departamento de Execução de Projetos de Pesquisa, e Sérgio Wippel – Diretor do Departamento de Financiamentos de Projetos de Saneamento – Ministério das Cidades.   

Abertura

Além do presidente nacional da ABES, a cerimônia de abertura contou com falas do presidente da ABES-PR, Luiz Henrique Bucco, de Mario Zigovski, representando o presidente da Sanepar, Ricardo Soavinski, João José Passini, gerente de Ações Ambientais da Itaipu Binacional, e Giuliano Inzis, agente consular representando o Consulado Geral da Itália no Paraná.

“A ABES, ao longo de seus 52 anos de existência vem trabalhando fortemente para cumprir nosso papel institucional, promovendo o debate político-institucional – e temos debatido especialmente o marco legal do saneamento; o desenvolvimento profissional e capacitação, e a questão da gestão, como impulsionadora desta questão”, ressaltou Roberval.

A solenidade teve apresentação do Coral AFA – Associação Fraternidade Aliança.

Estiveram presentes, além do público geral e associados da ABES, presidentes das seções da ABES no Rio Grande do Sul (Jussara Kalil) Amazonas (Rainier Azevedo), Minas Gerais (Rogério Siqueira) e Rio Grande do Norte (Josivan Cardoso Moreno), e representando a ABES-SP, seu vice-presidente, Luiz Roberto Gravina Pladevall.

Trabalhos técnicos

O evento recebeu cerca de 700 inscrições para trabalhos técnicos. Destes, 382 foram selecionados para apresentação, sendo 196 orais e 186 na modalidade pôster.

Sobre o Sibesa

O Sibesa pretende contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento da Engenharia Sanitária e Ambiental, possibilitando a atualização técnico-científica de profissionais e estudantes, entre Brasil e Itália.

O Sibesa, que ocorre a cada dois anos, alternadamente entre Brasil e Itália, é reconhecido internacionalmente por constituir um espaço privilegiado de transferência de conhecimento, de discussão e debate de questões essenciais para o avanço da Engenharia Sanitária e áreas afins.

O simpósio é voltado a executivos, engenheiros, técnicos, consultores, pesquisadores, acadêmicos, especialistas e estudantes do setor de saneamento e meio ambiente.

O presidente nacional da ABES, Roberval Tavares de Souza, ressalta a parceria entre brasileiros e italianos. “Esperamos que, ao final deste simpósio, possamos aprender uns com outros e reunir propostas neste sentido. Que este encontro possa celebrar, mais uma vez, a tradicional e bem-sucedida parceria de conhecimento entre brasileiros e italianos e a união de esforços de profissionais, empresas, entidades, meio acadêmico e poder público das duas nações, para que possamos melhorar a realidade de milhões de pessoas que ainda carecem de saneamento”.

O XIV Sibesa tem apoio da Sanepar, Sabesp, Copasa, Copel, Itaipu Binacional, BRDE e CREA-PR e apoio institucional do INCT ETEs Sustentáveis.

Sobre a ABES

Com 52 anos de atuação pelo saneamento e meio ambiente no Brasil, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES reúne em seu corpo associativo cerca de 10.000 profissionais do setor. A ABES tem como missão ser propulsora de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que contribuam para o desenvolvimento do saneamento ambiental, visando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas.