Privatização da distribuidora da estatal no Amazonas depende de aprovação de projeto que tramita no Senado
Taís Hirata – Folha de São Paulo
8.out.2018 às 20h41
O clima de “velório” no Senado Federal após a derrota de líderes do MDB nas eleições de domingo (7) dificultou a votação do projeto de lei que destrava a privatização de distribuidoras da Eletrobras.
A venda da Amazonas Energia está marcada para o dia 25 de outubro, e a aprovação do texto é apontado como essencial para viabilizar a venda da distribuidora, uma das mais problemáticas da estatal.
O projeto, já aprovado pela Câmara dos Deputados no primeiro semestre, aguardava apenas o aval dos senadores. A votação da pauta pouco popular já vinha sendo postergada, e estava prevista para ocorrer nesta semana.
A reunião deliberativa da Comissão de Infraestrutura, marcada para esta terça-feira (9), já foi cancelada. A expectativa é que será difícil aprovar o texto a tempo do leilão da Amazonas Energia.
Segundo analistas políticos e assessores, com a derrota do presidente da casa, Eunício Oliveira (MDB), que tentava a reeleição para o Senado pelo Ceará, e de Romero Jucá (MDB), por Roraima, o ambiente ficou desfavorável para a votação.
Além disso, dificilmente haverá quorum, já que muitos senadores estão envolvidos nas campanhas estaduais para o segundo turno nos estados.
Procurada, a Eletrobras disse que não comenta a tramitação do projeto de lei. O BNDES, responsável pelo leilão das distribuidoras, ainda não respondeu se a concorrência será adiada.
O objetivo do projeto de lei é transferir dívidas bilionárias das distribuidoras da estatal à conta de luz do consumidor. A medida é considerada necessária para atrair investidores ao leilão da Amazonas Energia. A venda da empresa seria uma alternativa à liquidação, considerada uma medida ainda pior por analistas do setor.