CONCASAN 2018 – Esgoto que vira água potável: pesquisadores falam sobre aquíferos e soluções de abastecimento em locais com escassez de água

Por Assessoria de Comunicação da Concasan

Sandy Scott-Roberts mostrou como funciona
o Sistema de Recarga de Águas Subterrâneas da Califórnia

Já imaginou beber água que um dia foi esgoto? Isso já é realidade em alguns lugares do mundo onde há escassez de água. No segundo dia de palestras do Congresso Catarinense de Saneamento – Concasan 2018, a engenheira norte-americana Sandy Scott-Roberts mostrou como funciona o Ground Water Replanishment System (GWRS), o Sistema de Recarga de Águas Subterrâneas de Orange County, Califórnia. O GWRS é um caso de sucesso de recuperação de um aquífero costeiro, que abastece milhões de pessoas, com a utilização de esgotos tratados.

Lá, o esgoto tratado das cidades é reintroduzido no solo para melhorar a qualidade da água, além de permitir que esse efluente seja disponibilizado como água potável para a população. Uma economia de milhões e solução eficiente diante de um bem indispensável e finito: a água.

O sistema apresentado abastece 19 cidades e 2,5 milhões de pessoas que vivem numa região de deserto, contou a engenheira na manhã de quinta-feira (7). O projeto começou a ser implantando em 2008 e hoje produz 378 milhões de metros cúbicos de água por dia.

— Fizemos centenas de testes até ter certeza de que a água seria boa para consumo humano. Os benefícios são inúmeros, entre eles o aumento de abastecimento de água local e economia – uma vez que importar água de outros locais e dessalinizar a água do mar são procedimentos mais caros — disse ela.

Sandy também ressaltou a importância de educar as pessoas, afinal, quanto mais a população conhece o processo, mais aceitam. E a água do GWRS já é inclusive utilizada como matéria prima para produção de cervejas.

Pesquisadores falam sobre importância dos aquíferos

Além de Sandy Scott-Roberts, a plenária sobre Gestão e Recarga de Aquíferos do 2º. Concasan contou com o expertise de Gustavo Athayde (UFPR), que falou sobre a importância das águas subterrâneas — a água de aquífero, aquela que ninguém vê — e que corresponde à grande parte da água que consumimos.

—É urgente implementar redes de monitoramento, afinal os aquíferos são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do país — explicou Athayde.

Na sequência, o professor Nilson Guiguer (UFSC) compartilhou suas experiências em projetos de abastecimento de água, contaminação do solo e águas subterrâneas. Falou sobretudo sobre intrusão salina e formas de evitar a contaminação da água doce.

Gustavo Athayde, da UFPR, falou sobre a importância das águas subterrâneas

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