Coluna do Broadcast  -Estadão

22 de agosto de 2019 | 05h00

As demonstrações financeiras das empresas que entraram para a lista de privatizações do governo de Jair Bolsonaro evidenciam o desafio que a equipe econômica terá para desovar esses ativos na iniciativa privada. Com um terço das companhias no vermelho, o lucro líquido consolidado de 14 delas encolheu 50% no ano passado, para pouco mais de R$ 300 milhões, contra cerca de R$ 602 milhões em 2017. Nessa lista, ficaram de fora a EBC, de comunicações, a Lotex e a Codesp, que não tiveram seus demonstrativos publicados. No todo, o pacote de privatizações não surpreendeu os bancos de investimentos, especializados em transações de fusões e aquisições. Com apenas nove novos nomes, o maior interesse segue na Eletrobrás.

Na opinião de executivos de bancos, os Correios, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) também têm potencial para atrair investidores na privatização. Por outro lado, sobram “micos”. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), por exemplo, tem patrimônio líquido negativo.

Para algumas dessas operações, com saída do governo do controle, são esperadas ofertas de ações em bolsa de valores, modelo que já está sendo desenhado no caso da Eletrobrás. O movimento do governo de Goiás, que já contratou bancos para a venda da empresa de saneamento de Goiás, a Saneago, por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), deve ser analisado com atenção e tem potencial para atrair a chegada de outras empresas estatais.

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