Por Murillo Camarotto – Valor Econômico

Membros da Procuradoria da República no Distrito Federal se reuniram na manhã de ontem com a diretoria jurídica da Caixa Econômica Federal para tratar das recomendações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) em relação à atuação dos vice-presidentes da instituição.

Na semana passada, procuradores que integram a força-tarefa da Operação Greenfield – que investiga fraudes em fundos de pensão de estatais – recomendaram a substituição de todos os vice-presidentes da Caixa e a mudança no sistema de seleção de nomes para esse cargo, alvo de grande cobiça entre os políticos.

O Valor apurou que a diretoria jurídica do banco se comprometeu a seguir algumas das orientações dos procuradores, mas salientou que a nomeação dos vice-presidentes é prerrogativa do presidente da República e que uma eventual mudança tem que partir do Palácio do Planalto.

Por conta disso, a Procuradoria-Geral da República deve encaminhar nos próximos dias um ofício à Casa Civil com as recomendações. “Não adianta nada trocar todos os vice-presidentes e colocar outros iguais no lugar”, salientou um procurador. A força-tarefa da Greenfield também recomendou a aprovação imediata do novo estatuto social da Caixa, especialmente na parte que trata da necessidade de tornar mais objetivo o processo de escolha dos vice-presidentes.

Houve também sugestões dos procuradores para a melhoria das práticas de documentação de atos, gestão da informação e manutenção de dados. Nesse contexto entra, por exemplo, a proibição de uso de e-mail pessoal ou outro meio de comunicação para assuntos como investimentos ou contratações da instituição.

Reuniões que tratem de bases negociais de investimentos e contratações pelo presidente, vice-presidente e seus subordinados diretos com pessoas de fora da Caixa deverão ser feitas exclusivamente nas dependências do banco.