Por G1, Brasília

17/01/2018 14h15

Presidente Michel Temer afastou quatro vice-presidentes do banco por recomendação do Ministério Público Federal. Caixa afirmou que interinos ficam no cargo, a princípio, por 30 dias.

presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, definiu nesta quarta-feira (17) os interinos que vão ocupar as vagas deixadas pelos quatro vice-presidentes do banco afastados pelo presidente Michel Temer na terça (16).

De acordo com a Caixa, os interinos vão atuar por 30 dias. Após esse período, se for necessário manter o afastamento, os substitutos serão designados pelo Conselho de Administração do banco.

Veja qual interino vai para cada função

Vice-presidência de Corporativo

Afastado: Antônio Carlos Ferreira

Entra: Luiz Gustavo Silva Portela (diretor de Banco Corporativo)

Vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias

Afastada: Deusdina Pereira

Entra: Valter Gonçalves Nunes (diretor de Fundos de Governo)

Vice-presidência de Cliente, Negócios e Transformação Digital

Afastado: José Henrique Marques da Cruz

Entra: Ademir Losekann (diretor de Clientes e Canais)

Vice-presidência de Governo

Afastado: Roberto Derziê de Sant’Anna

Entra: Roberto Barros Barreto (diretor de Serviços de Governo)

De acordo com o colunista do G1 Gerson Camarotti, o Planalto já admite que os afastamentos, inicialmente provisórios, serão definitivos.

Auxiliares diretos do próprio presidente Michel Temer afirmam que a intenção inicial de se estabelecer um afastamento provisório por 15 dias foi apenas uma solução política, a fim de se evitar um impacto maior entre os partidos aliados. Mas o decreto presidencial publicado posteriormente não estipula prazo.

O consenso no núcleo do governo é o de que não há mais ambiente para que esses executivos da Caixa possam retornar aos seus cargos.

Afastamento

Por suspeitas de irregularidades na Caixa, o MPF havia feito uma recomendação para que Temer afastasse os 12 vice-presidente do banco. Num primeiro momento, a Casa Civil e a a Caixa rejeitaram a recomendação.

Os procuradores, porém, reforçaram o pedido ao encaminhar ao presidente um ofício, no qual afirmaram que Temer poderá ser responsabilizado, na esfera cível, por ilícitos que eventualmente venham a ser cometidos pelos vice-presidentes da Caixa. Após esse ofício, Temer optou por afastar os quatro que já são investigados.

Versões dos envolvidos

Deusdina Pereira afirmou que não comenta assuntos submetidos ao exame do Ministério Público.

Roberto Derziê disse à TV Globo que não vai se manifestar sobre o assunto.

José Henrique Marques da Cruz afirmou que colocou sigilos fiscal e bancário à disposição das investigações e disse que as mensagens alvo da apuração não se referiam a sua pessoa. Afirmou ainda que sua nomeação foi de caráter técnico.

Antônio Carlos Ferreira disse que é servidor de carreira da Caixa e que sempre pautou sua conduta com ética e honestidade. Afirmou que, enquanto vice do banco, atuou com enfrentamento político e combateu “com veemência as absurdas exigências do deputado Eduardo Cunha”. Por fim, declarou que é inocente e que está “à inteira disposição” do MPF para esclarecimentos.