Balanço financeiro: Cagepa fecha 2017 com superávit recorde de R$ 65 milhões

Mesmo enfrentando mais um ano de crise hídrica, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) encerrou o ano de 2017 com um lucro contábil recorde de R$ 65,7 milhões. A receita dos serviços da companhia foi 18,10% superior à registrada em 2016. O superávit é resultado de um trabalho de administração do controle de gastos, combate a perdas, modernização dos processos, além de um investimento de R$ 79 milhões em obras de implantação e ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em todo o Estado.

De acordo com o presidente da Cagepa, Hélio Paredes Cunha Lima, em 2017, os investimentos com recursos próprios realizados em diversos projetos e obras representaram um crescimento de 18,82% em relação ao exercício anterior. “A estiagem é um fator drástico que pode afetar a capacidade de operação de qualquer companhia de saneamento. Mas, em parceria com o Governo do Estado, e por meio da Secretaria de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Seirhmact), a Cagepa adotou e continua adotando medidas emergenciais, como implantação de captação com flutuantes, obras de reforço no abastecimento de água, construção de sistema adutor, entre outros”, explicou.

Nesse cenário, segundo o gestor, a Transposição do Rio São Francisco foi a grande estratégia governamental para reverter o quadro de seca em muitos municípios do Estado. Como braço da Transposição, a Cagepa tem capitaneado o projeto do sistema adutor TransParaíba, maior obra hídrica realizada no Estado. “São 350 km de adutoras que levarão água para 19 municípios do Curimataú paraibano. A população precisa entender a grandiosidade dessa obra. A TransParaíba vai trazer mais desenvolvimento e qualidade de vida a essa região”, afirmou o presidente.
Apesar da crise hídrica onde 25 municípios tiveram seu faturamento suspenso, nesse período, a Cagepa fez um trabalho de monitoramento de riscos e apostou na eficiência operacional e na redução de perdas para conseguir não somente manter a arrecadação, mas também crescer. “A companhia implementou a leitura com entrega imediata da conta emitida em 100% das unidades cadastradas com hidrômetros instalados, além da força-tarefa para instalação de 550 mil novos hidrômetros nos últimos sete anos, o que repercutiu de forma imediata no faturamento e, consequentemente, na arrecadação da empresa.
Saneamento
Com menos perdas e mais arrecadação, a Cagepa pôde investir mais em obras em todo o Estado. “A nossa meta é a universalização do serviço de abastecimento de água e tratamento de esgotos com qualidade, para 100% da população”, disse o presidente. Os números ilustram o salto na cobertura de esgotamento sanitário nos últimos anos, inclusive colocando João Pessoa e Campina Grande no topo do ranking das cidades mais saneadas do Nordeste.

Ações implementadas

O diretor Administrativo e Financeiro da Cagepa, Jorge Gurgel, também detalhou outras ações implementadas que resultaram no atual equilíbrio financeiro da companhia. “Considerando que há cinco anos a Cagepa necessitou de um empréstimo em condições mais favoráveis para se equilibrar em suas finanças, hoje apresentarmos este balanço exitoso, é a prova de que a boa gestão rende frutos. Fizemos a lição de casa, renegociamos as dívidas e regularizamos a situação fiscal e tributária da empresa”, destacou.

O próprio governador Ricardo Coutinho, ano passado, rejeitou a proposta de privatização da Cagepa e, em carta aberta, ressaltou que o órgão é um patrimônio do Estado, sendo fundamental para o desenvolvimento paraibano. Nas palavras de Ricardo, “a Paraíba que disse Nego à República Velha vem, mais uma vez, proclamar um Nego à alienação do maior patrimônio que o povo da Paraíba dispõe, a Cagepa”. Para Jorge Gurgel, o superávit comprova que a decisão do governador em consolidar a Cagepa como empresa pública foi acertada. “Esse resultado é de todos os colaboradores da empresa que, na labuta diária, contribuíram para comprovar que uma companhia de saneamento pública pode sim ser viável, saudável e pode gerar e devolver benefícios à sociedade”, completou o dirigente.

Plano estratégico

A estratégia da administração da Cagepa é gerida a partir de um plano de ação a médio e longo prazo. Atualmente, a companhia trabalha no plano estratégico que abrange o período de 2017 a 2021, como descreve Gurgel. “Definimos, para esse período, 14 objetivos e 63 estratégias que envolvem: redução de perdas de água e energia mediante a automação dos sistemas, informatização do cadastro técnico da rede de distribuição das adutoras, elevação do nível de satisfação dos clientes e a melhoria da gestão de bens, serviços e do nosso capital humano também. Nosso foco é cuidar do presente, mas sempre já delineando as ações futuras”, pontuou.

Segundo o presidente da companhia, além da logística interna, a Cagepa também tem revertido sua arrecadação em investimentos para os próximos anos. “Só no programa Mais Trabalho 2, lançado pelo governador Ricardo Coutinho, a Cagepa está investindo mais de R$ 40 milhões advindos de recursos próprios para as obras de adutoras e extensões de rede em mais de 138 municípios, que vão proporcionar melhorias na qualidade de vida da população paraibana. O progresso é resultado de muito trabalho e é isso que estamos e vamos continuar fazendo”, finalizou Hélio.

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