Bombeiros tiveram de tirar água até de lago que compõe a Quinta da Boa Vista. Combate se estendeu por seis horas. Cedae nega que tenha faltado água

Denise Luna e Marcio Dolzan, O Estado de S.Paulo
03 Setembro 2018 

RIO – O incêndio que consumiu o Museu Nacional teve o combate às chamas prejudicado pela baixa vazão e pressão dos hidrantes que circundam a instituição, que completou 200 anos em junho. A ação dos bombeiros durou mais de seis horas e consumiu 600 mil litros de água. Parte dela acabou sendo retirada de um lago que compõe a Quinta da Boa Vista.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Rio, a corporação foi acionada às 19h30. “Durante a operação, houve um contratempo no que diz respeito à vazão e pressão de água nos hidrantes”, informou a corporação, em nota ao Estado. “O incêndio do Museu Nacional foi de grandes proporções e demandou o uso de um número elevado de carros de combate, o que exigiu da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) manobras de água específicas para que todas as viaturas pudessem ser reabastecidas e utilizadas com sua total capacidade. Um dos lagos que cerca a edificação foi utilizado como fonte de captação de água, além das viaturas de combate, dos carros pipa e dos hidrantes, que tiveram a vazão e a pressão revisadas para as necessidades.”

A Cedae, estatal de saneamento do Estado, negou que tenha faltado água para o combate às chamas. “A Cedae afirma que havia água. Não houve falta d’água em momento algum no local. Como informado a região está plenamente abastecida. Inclusive foram disponibilizados outros hidrantes na localidade da Quinta que abasteceram os carros-pipa que atuaram no local”, declarou a companhia por nota.

Segundo o Corpo de Bombeiros, militares de 13 quartéis da corporação atuaram no combate ao incêndio. Ao todo, oitenta bombeiros e 20 viaturas foram mobilizados. Questionada sobre a documentação referente à prevenção de incêndios estava em dia, a corporação informou que “não consta, em nosso sistema informatizado, documentação referente ao Museu Nacional” o que, explicou, não quer dizer que o documento não exista. Afirmou ainda que vai “refinar as pesquisas nesse sentido”. O Corpo de Bombeiros, contudo, destacou que “neste momento, nossos esforços estão concentrados na operação de combate/rescaldo”.