Por Rodrigo Rocha – Valor Econômico

05/03/2018 – 21:58

SÃO PAULO – A companhia de saneamento Aegea registrou queda de 16,2% no lucro líquido do quarto trimestre, para R$ 4,5 milhões, na comparação anual. A receita, por outro lado, subiu 54,8% no período, para R$ 391,1 milhões.

O resultado da companhia foi beneficiado pela incorporação de três operações de saneamento ao portfólio da companhia, de Teresina (PI) e de Serra e Vila Velha, no Espírito Santo.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançaram 103% no trimestre, para R$ 161,8 milhões.

“Os resultados foram excepcionais, o crescimento tanto da receita quanto do Ebitda vem dos investimentos que a Aegea fez nas concessões no Brasil”, explica Flávio Crivellari, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia.

Crivellari explica que a Aegea encerrou o ano passado atuando em 48 cidades e que a incorporação dos três novos negócios foi o principal fator de crescimento do resultado trimestral e anual.

Para o ano, a receita líquida da companhia subiu 35,4%, para R$ 1,34 bilhão, na comparação com 2016. A receita subiu 40,6% no período, para R$ 145 milhões.

O executivo explica que, dos 35,4% de aumento da receita no ano, 24,5% vieram dos novos negócios e os outros 10,9% da expansão das operações anteriores.

“A Aegea nos últimos anos tem investido mais de R$ 400 milhões por ano em expansão de redes, superando as expectativas para concessões”, afirma Crivellari. No ano passado os investimentos chegaram a R$ 527 milhões, devido ao desembolso de R$ 160 milhões relativos à outorga da operação de Teresina.

A companhia também registrou queda de 0,5 percentual na inadimplência, que encerrou 2017 em 4%. O executivo afirmou que os anos anteriores vinham sendo afetados pelos atrasos vindos principalmente do poder público, com o não pagamento de contas de prédios públicos, escolas e hospitais.

Na linha de endividamento, a companhia encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 2,02 bilhões, crescimento de 36,3% ante 2016, afetada pela captação de US$ 400 milhões no mercado externo.

O crescimento do Ebitda, entretanto, reduziu a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, de 3,2 vezes para 2,99 vezes.

“A companhia ficou mais líquida, aumentou os prazos médios de pagamento. A empresa manteve a qualidade de crédito mesmo aumentando o seu endividamento”, completou Crivellari.