É obrigação compartilhada de todos os países “buscar o desenvolvimento sustentável” nas vertentes econômica, social e ambiental em nome do acesso à água e ao saneamento, disse o presidente Michel Temer na abertura do 8º Fórum Mundial da Água, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Ele destacou ainda que é preciso que todos estejam engajados na “causa urgente da segurança hídrica”. “O planeta é um só e se nos fecharmos em nós mesmos, se atuarmos de forma desarticulada, todos pagaremos um preço. As soluções que buscamos são coletivas e sempre sob o signo do diálogo e da cooperação”, disse Temer.

“Ninguém ignora que o acesso à água e ao saneamento básico está intimamente ligado à forma de crescer de forma sustentável.

O consenso é este: a vida na Terra estará ameaçada se não respeitarmos os limites da natureza”, disse. O presidente citou números que mostram a urgência do debate sobre segurança hídrica: há 2 bilhões de pessoas no mundo sem fonte segura de água em suas casas, são mais de dois milhões sem saneamento e 260 milhões andam mais de meia hora para coletar água.

Temer lembrou o compromisso histórico do Brasil com o desenvolvimento sustentável, citando os fóruns mundiais Rio 92 e Rio+20, além da elaboração da agenda 2030. O presidente observou que o desafio da sustentabilidade é complexo e requer ações integradas. “É ilusão acreditar que possa haver sustentabilidade para uns e não para outros.” O dirigente relatou as ações de responsabilidade fiscal e social de seu governo e citou políticas públicas na área ambiental. Temer relatou a implantação do programa “plantadores de rios”, que usa ferramentas digitais para defender nascentes e áreas de preservação permanente.

Mencionou o programa que converte a arrecadação com multas ambientais para a proteção das bacias hídricas dos rios São Francisco e Parnaíba. Temer disse que avançou na proteção das florestas e reverteu a curva de desmatamento da Amazônia.

Citou, ainda, a transposição das águas do rio São Francisco, ressalvando que é um “projeto antigo”, que deve beneficiar 12 milhões de pessoas. E concluiu citando que o governo vai modernizar o marco regulatório do saneamento. Racionamento em Brasília Também presente no 8º Fórum Mundial da Água, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), afirmou que, com o apoio da população e investimentos do governo, é possível vislumbrar tempos de segurança hídrica em Brasília, que enfrenta racionamento de água há mais de um ano. “Em Brasília, o expressivo crescimento populacional ao longo de décadas, associado à falta de investimentos em infraestrutura por muitos anos, combinado com três anos de volume de chuvas abaixo da média histórica, nos levou também a uma crise hídrica”, disse às autoridades participantes do evento.

A próxima edição do Fórum da Água ocorrerá no Senegal, na África, em 2021. Além do presidente de Senegal, compareceram ao evento em Brasília o príncipe herdeiro do Japão, os chefes de Estado e de governo da Guiana, Cabo Verde, Hungria, São Tomé e Príncipe, Coreia do Sul, Marrocos, Mônaco, Guiné Equatorial, a diretora-geral da Unesco, e ministros de Estado.